Esta Linha de Pesquisa engloba projetos que se realizam a partir das articulações entre os domínios da história política, da história cultural e da história da arte, mas que apontam para um novo enfoque que vai além da abordagem e recortes tradicionalmente consagrados por estas matrizes, superados pelo hibridismo de novos objetos e problemas. A chamada “História Social inglesa” pautou as complexas articulações entre consciência, experiência, produção cultural e luta por hegemonia na sociedade, ampliando o uso muitas vezes restritivo da ideologia como categoria historiográfica. A história política renovada , por outro lado, propõe uma abordagem do político para além dos limites institucionais que formalizam as relações de poder (Estado, governo, sistema de partidos, movimentos político-ideológicos). A história das relações de gênero constituiu-se também enquanto âmbito investigativo e reflexivo atravessado pelas preocupações atinentes ao cultural e às relações de poder. Estas e outras vertentes teóricas apontaram para a necessidade de constituição de objetos e problemas situados no entre-lugar da história política e da história cultural tal como se delimitaram no debate historiográfico contemporâneo. Alguns exemplos: a história intelectual e dos intelectuais, as instituições culturais que operam no âmbito de poder e da luta política, o engajamento artístico-intelectual, propaganda, as políticas culturais, os movimentos socioculturais e suas identidades políticas. A partir destas abordagens e objetos, a Linha de Pesquisa reúne pesquisas que englobam as várias dimensões da produção cultural atravessada pelos jogos da política, reconhecendo que as desigualdades internas às sociedades e as assimetrias de poder entre países e regiões implicam em dimensões culturais tanto no exercício da dominação política quanto da resistência.