Matrículas Abertas - Disciplina de Curta Duração

Disciplina de Curta Duração
_________________________________________________________
Programa de Pós-Graduação: História Social
Disciplina: FLH5921 As Etimologias de Isidoro de Sevilha em Perspectiva Transtemporal (século VII ao XVII): Uma Introdução às Transformações de uma Obra
Responsáveis: Ana Paula Torres Megiani, Julian Abascal Sguizzardi Bilbao, Muriel Araujo Lima Garcia
Créditos: 2 créditos | Duração: 3 semanas
Período das aulas: 03, 10 e 17/06/25
Horário: das 15 às 19h00 (terças-feiras)
Oferecimento: Não-Presencial (com aula presencial na Cátedra Jaime Cortesão)
 
Matrícula
_________________________________________________________
Período de Matrícula: 28/04 a 28/05/25
Isenção de Taxa: alunos do Projeto Temático da Profa. Ana Paula T. Megiani; alunos de graduação do curso de história; alunos da UNESP/UNICAMP; professores da rede pública
Matrícula para Aluno Regular (USP): Envie um e-mail para spghisto@usp.br, informando o seu Nome Completo e Número USP
Matrícula para Aluno do Projeto Temático: Envie um e-mail para spghisto@usp.br, informando o seu Nome Completo e Número USP (é necessário inserir comprovante fornecido pela profa. Ana Paula Megiani)
Matrícula para Aluno Especial (Externo): preencha o formulário através do link aqui e realize o pagamento de boleto no valor de R$ 80,00.
 

Ementa
_________________________________________________________

FLH5921
As Etimologias de Isidoro de Sevilha em Perspectiva Transtemporal (século VII ao XVII): Uma Introdução às Transformações de uma Obra

Responsáveis:
133259 - Ana Paula Torres Megiani - 25/03/2025 até data atual
6837780 - Julian Abascal Sguizzardi Bilbao - 25/03/2025 até data atual
6473058 - Muriel Araujo Lima Garcia - 01/04/2025 até data atual
Objetivos:
O objetivo principal da disciplina é compreender as transformações históricas da obra Etimologias de Isidoro de Sevilha (c.630) na longa duração. Inicialmente, analisaremos o seu contexto de produção na Espanha visigótica do século VII. A partir daí, abordaremos a ampla difusão do texto do bispo de Sevilha durante o medievo em cópias manuscritas, que reproduziam total ou parcialmente os vinte livros da obra. Um ponto de análise relevante para a compreensão da apropriação e difusão do texto são os estudos sobre os bestiários, manuscritos que têm o livro XII das Etimologias como referência fundamental, criando imagens a partir do texto isidoriano. Após o advento da imprensa, as Etimologias receberam sua primeira edição tipográfica em 1452. Demonstraremos como essa diferença de suporte afetou os caminhos de circulação da obra. Nesse sentido, encerramos o curso com a análise da edição de Juan de Grial (1599) das obras completas de Isidoro, a qual contou com o financiamento do rei Felipe II e foi impressa na tipografia régia de Madrid, implicando uma relação direta com o poder monárquico no contexto da contrarreforma.
Justificativa:
As Etimologias foram uma das mais relevantes obras da Idade Média, abordando grande quantidade de temas, a ponto de ser conhecida como uma “enciclopédia” medieval. Mais de mil manuscritos fragmentários ou completos da obra, produzidos entre os séculos VIII e XV, sobreviveram até os dias de hoje (DÍAZ, 1982). Ademais, sua importância se evidencia por meio do financiamento do rei Felipe II à edição de Grial, quase mil anos após o advento das Etimologias. Além da relevância da obra, confirmada por sua ampla circulação nos círculos eruditos, a persistência da circulação do texto por mais de um milênio nos possibilita compreender as transformações na cultura letrada europeia em longa duração, assim como os mecanismos de interpolação e recepção que podem ser identificados em diferentes edições/manuscritos.
Conteúdo:
1. Aula introdutória sobre a escrita das Etimologias e as posteriores transformações e apropriações da obra ao longo do tempo.
2. Análise do uso e difusão das Etimologias nos manuscritos medievais: o caso dos bestiários.
3. As Etimologias após o advento da imprensa: o caso da edição de Grial (1599).
Bibliografia:
ABAD NEBOT, Francisco. Sobre el Concepto Literario de “Siglo de Oro”: su Origen y su Crisis In Anuario de estudios filológicos, vol. 9, 1986.
ANDRÉS, Gregorio. «Viaje del humanista Álvar Gómez de Castro a Plasencia en busca de códices de obras de S. Isidoro para Felipe II (1572)». Homenaje a Don Agustín Millares Carlo. Gran Canaria: Caja Insular de Ahorros de Gran Canaria, tomo I.
ARAUJO LIMA, Muriel. The Rhetoric of Ornament: Ornamentation and Figurative Program in a Thirteenth-Century Bestiary (Oxford, St. John's College MS 61). Revista de História da Arte Série W, v. 8, p. 128-137, 2019.
ASENSIO, Eugenio. «El ramismo y la crítica textual en el círculo de Luis de León. Carteo del Brocense y Juan de Grial», Academia literaria renacentista. I. Fray Luis de León, ed. de V. García de la Concha (Salamanca, Universidad, 1981).
BALMACEDA, Catalina. La Antigüedad tardía: la historiografía cristiana y bizantina in AURELL, Jaume et all. Comprender el pasado: Una historia de la escritura y el pensamiento histórico. Madrid: Akal, 2013.
BARNEY, Stephen A., LEWIS, W.J, BEACH, J.A, BERGHOF, Oliver. “Introduction”. In: The Etymologies of Isidore of Seville. Cambridge, Cambridge University Press, 2006
BARTHES, Roland. The Death of the Author. In: HEATH, Stephen (Org.). Image Music Text. Londres: Fontana Press, 1977
BAXTER, Ron. Bestiaries and Their Users in the Middle Ages. Bridgend: Sutton Publishing/Courtauld Institute, 1998
BILBAO, Julian Abascal Sguizzardi. Disputas pelo neto de Noé: Tubal e as origens da Península Ibérica (1543-1666). Tese – Universidade de São Paulo. São Paulo, 2023
BOUZA ÁLVAREZ, Fernando. Corre manuscrito una historia cultural del Siglo de Oro. Madrid: Marcial Pons, 2001.
BOUZA ÁLVAREZ, Fernando. Del escribano a la biblioteca. La civilización escrita europea en la Alta Edad Moderna (siglos XV-XVII). Madrid: Akal, 2018.
BOUZA ÁLVAREZ, Fernando. Imagen y propaganda. Capítulos de historia cultural del reinado de Felipe II. Madrid: Akal, 1998.
BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio. Visão do Paraíso: Os motivos edênicos no Descobrimento e Colonização do Brasil. São Paulo: Brasiliense/Publifolha, 2000 [1959].
CARDIM, Pedro et al. (Ed.). Polycentric Monarchies: How Did Early Modern Spain and Portugal Achieve and Maintain a Global Hegemony? Eastbourne: Sussex academic press, 2014.
CHARTIER, Roger. A Mão do autor e a mente do editor. Tradução: George Schlesinger. São Paulo: Ed. UNESP, 2014
CHARTIER, Roger. Editar e traduzir: Mobilidade e materialidade dos textos (séculos XVI-XVIII). Trad. Mariana Echalar. Editora UNESP, 2022.
CONRAD, Sebastian. O que é história global? Tradução de Teresa Furtado e Bernardo Cruz. Lisboa: Edições 70, 2019
DAVIS, Natalie Zemon. O povo e a palavra impressa In Culturas do povo: sociedade e cultura no início da França moderna. Rio de Janeiro: Paz e Terra, p. 157-185, 1990.
DELOOZ, Pierre. «Pour une étude sociologique de la sainteté canonisée dans l'Église catholique», Archives des sciences sociales des religions, vol. 13, no 13, 1962, p. 19.
DÍAZ, Manuel. Introducción general In ISIDORO, DE SEVILLA. "Etimologías, ed. bilingüe de José Oroz Reta y Manuel A." Marcos Casquero, Madrid, BAC 2, 1982.
DUNCAN, Dennis; SMYTH, Adam (Ed.). Book parts. Oxford University Press, USA, 2019.
FERNÁNDEZ ALBALADEJO, Pablo. Fragmentos de monarquía. Trabajos de historia política. Madrid: Alianza Editorial, 1992.
FERNÁNDEZ ALBALADEJO, Pablo. “Entre “godos” y “montañeses”: reflexiones sobre una primera identidad española” In Materia de España: cultura política e identidad en la España moderna. Madrid: Marcial Pons, 2007.
FERNÁNDEZ ALBALADEJO, Pablo. “‘Materia’ de España y ‘edificio’ de la historiografía: algunas consideraciones sobre la década de 1540” In Materia de España: cultura política e identidad en la España moderna. Madrid: Marcial Pons, 2007.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe de Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense universitária, 2012.
FOUCAULT, Michel. A Prosa do mundo In As Palavras e as Coisas: uma Arqueologia das Ciências Humanas. Trad. Salma Tannus Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
FULLER, Amy. Archiving Idolatry: Isidore of Seville and the Recording of Native Superstition in the New World. In: A Companion to Isidore of Seville. Brill, 2019.
GARCÍA CÁRCEL, Ricardo. La herencia del pasado: Las memorias históricas de España, Barcelona: Galaxia Gutenberg, 2011.
GENETTE, Gerárd. Paratextos Editoriais. Tradução de Álvaro Faleiros. São Paulo: Ateliê editorial, 2009.
GIL PUJOL, Xavier. “Centralismo e Localismo? Sobre as Relações Políticas e Culturais entre Capital e Territórios nas Monarquias Europeias nos Séculos XVI e XVII”, Penélope revista de história e ciências sociais, nº6, 1991.
GIL PUJOL, Xavier. Un rey, una fe, muchas naciones In La Monarquía de las Naciones: Patria, nación y naturaleza en la Monarquía de España. En comemoración del IV Centenario de la muerte de Carlos de Amberes 1604-2003. ÁLVAREZ-OSORIO, Antonio & GARCÍA, Bernardo (Ed.). Madrid: Fundación Carlos Amberes, 2004.
GRUZINSKI, Serge. As quatro partes do mundo. História de uma mundialização. Belo Horizonte/São Paulo: Editora UFMG/Edusp, 2014.
GRUZINSKI, Serge. Os mundos misturados da monarquia católica e outras connected histories. Topoi (Rio de Janeiro), v. 2, p. 175-196, 2001.
HERREN, M., “On the Earliest Irish Acquaintance with Isidore of Seville”. In: JAMES, E. (ed.), Visigothic Spain: New Approaches. Oxford: Oxford University Press, 1980
KAGAN, Richard. Los Cronistas y la Corona. Madrid: Marcial Pons, 2010.
LAWRANCE, Jeremy. Isidore of Seville in the Renaissance (1500–1700): The Role of Golden Age Spain. In: A Companion to Isidore of Seville. Brill, 2019. p. 604-643.
LAZURE, Guy; PÉREZ, Antonio Dávila. Un catálogo de las obras de Isidoro de Sevilla conservadas en diversas bibliotecas españolas en el siglo XVI. Excerpta philologica, p. 10-12, 2000.
MEGIANI, Ana Paula Torres & CERQUEIRA, André Sekkel. Como se escrevia a história no século XVII: o uso dos tratados espanhóis, italianos e franceses pelos historiadores portugueses. Revista de História (São Paulo), 2020.
MEGIANI, Ana Paula. Escritos breves para circular: Relações, notícias e avisos durante a Alta Idade Moderna (sécs. XV-XVII). Varia Historia, v. 35, p. 535-563, 2019.
MERINO, Carmen Codoñer. La edición de Juan de Grial de las Etymologiae de Isidoro de Sevilla, un informe de Juan de Mariana y el trabajo de Alvar Gómez de Castro. Faventia, v. 31, n. 1-2, p. 213-225, 2009.
NASCIMENTO, Aires Augusto. De uma introdução à obra isidoriana, para urna nota sobre o manuscrito preparatório das «Etimologias» por Alvar Gómez de Castro. Euphrosyne, v. 12, p. 263-270, 1983.
NÚÑEZ ROLDÁN, Francisco. La vida cotidiana en la Sevilla del Siglo de Oro. Sílex ediciones, 2004.
PALOMO, Federico & STUMPF, Roberta (org.). Monarquias Ibéricas em Perspectiva Comparada (séculos XVI-XVIII). Dinâmicas e circulação de modelos político-administrativos. Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2011.
VAN DEN ABEELE, B. La tradition manuscrite des Étymologies d’Isidore de Séville: Pour une reprise en main du dossier. Cahiers de recherches médiévales et humanistes, vol. 16, 2008
VAQUERO SERRANO, María del Carmen, “Alvar Gómez de Castro”, In Real Academia de la Historia, Diccionario Biográfico electrónico (en red, http://dbe.rah.es)
SANZ SERRANO, María Jesús. El culto a San Isidoro. Reliquias e imágenes. Iconografía sevillana. Estudios humanísticos. Geografía, historia y arte, 21, 187-218., 1999.
SMITH, Helen; WILSON, Louise (Ed.). Renaissance paratexts. Cambridge University Press, 2011.
Forma de avaliação:
Participação nas aulas 40% Trabalho final 60%
Observação:
A disciplina será ministrada por dois pós-doutorandos cadastrados no DH sob supervisão da docentes responsável, e está vinculada às atividades do Projeto Temático FAPESP - Histórias Conectadas da Idade Média: comunicação e circulação a partir do Mediterrâneo (séc. VI-XVI)
Tipo de oferecimento da disciplina: Não-Presencial

Tags